quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mesmo assim foram se conhecer

Ela, engajada e de esquerda, quem sabe uma esquerda liberal, mas, de qualquer forma uma esquerda atrapalhada já que admirava Marx e acreditava no Lula. Coração inflamado. Ouve Tom, Caetano e acha o Chico Buarque um gato. Clichê talvez. Oscila no jeito neo-hippie irritante, intelectual e cafeína. E mesmo assim foram se conhecer. Ele, tênis, camiseta, alheio a pensamentos políticos, entende tudo de qualquer esporte e não dispensa um futebol na prática e na teoria, não gosta de pessoas engajadas, ouve Dire Straits, New Order e Supertramp. E foram se encontrar no lugar mais improvável.

Ele, de um otimismo que chega às raias do irritante. Ela mais pé no chão quanto a grandes expectativas. Ele sabe que somando dois com dois vai chegar ao quatro. Ela acha que somando dois com dois pode chegar a vários resultados, até mesmo, eventualmente, ao quatro.

Ele faz grandes planos para o futuro, prefere a quimera imaginativa. Ela, planos pra depois do almoço. Ele inspira simpatia, dado à vida social, não falta a reuniões grandes ou pequenas, particulares ou oficiais, lembra de todos os rostos, todos os nomes. Ela, autista por opção, não ouve quando chamam, prefere seu casulo, vive no mundo da lua. Ele generoso e bonachão. Ela sabe que mineiro é desconfiado e mantém a tradição.

Ela tem uma extrema necessidade de incorporar uma sinceridade absoluta a tudo o que faz. Ele polido, diz “não vamos porque já temos outro compromisso, obrigado, deixa pra próxima”. Ela diz no outro dia, “não, a gente não estava a fim de ir mesmo”. Ela do dia, ele da noite. Mas, quando se deram conta, era sol de meio-dia.

Ela discursa com indignação contra o imperalismo ianque e a grande ditadura das corporações, que impõe o modelo familiar fundado no capitalismo, blá, blá, blá. Ele acha a maior graça. Ela perdeu a conta de quantos guarda-chuvas, chaves e livros, largou por onde andou. Nem se lembra mais da maioria. Ele vem atrás recolhendo.

Hoje eles estão juntos e se completando a cada dia por causa de todas as diferenças. Na próxima terça, farão três anos de casados. Ela continua fã de Chico e ele de rock. Ela, sedentária inveterada e ele fiel ao futebol no final de semana. Ela ainda luta por qualquer causa que seja e ele ainda sonha em ser um empresário milionário, mas quando um sorri, o outro ainda perde a voz. E como a raposa do Saint Exupéry: “Se eu sei que você vai chegar às três e meia, às três eu já começo a ser feliz.”

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não gostei!

Eu ando sumida daqui (todas nós!) e com muita saudade deste espaço.
Eu ando sumida de mim e com uma saudade gorda de ter mais tempo pra mim.

Eu não entendo... Desde criança escutava minha mãe falar para estudar bastante no primeiro semestre para ficar "folgada" no segundo. Sempre fazia o inverso.

Hoje, não é culpa minha. O ano de 2009 vai ser marcado pelo retorno do trabalho forçado. Ano passado, reclamava do meu antigo emprego. Das mesmices de segunda à sexta-feira. Procurava desafios.

Ok! Mas não precisava ser levada tão a sério.

Mas eu gosto. Felizmente ou infelizmente eu gosto dessa loucura que é minha vida. Gosto de não ter tempo, de chegar em casa esbudegada.

Eu fui promovida essa semana. Mas não gostei. Não me pergunte: como não gostou? Não. Não gostei. Não fui promovida financeiramente. Não por enquanto.

Me deram mais uma função. A função de falar pelas ventas. Mas não gostei. Logo eu que vou a Roma, Paris, Londres, Praga... quando abro a boca. Logo eu que converso com cachorro e até com os cactos aqui de casa, que entro no chuveiro e converso comigo mesma sobre tudo que aconteceu no dia, da resposta que não dei, do email que esqueci de mandar. Logo eu que até dormindo converso. Ora, não gostei!

Melhor ficar em silêncio... pelo menos agora. Pelo menos por essa noite. Ando gorda e roxa de saudade de mim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Amanhã é dia da flor do dia!!



Julieta, Jú, Juliana banana, Julieta brabuleta azul, como preferir, eu a chamo de vários jeitos, mas todos com muito carinho.

Pois bem, Julieta entrou na minha vida quando eu ainda trabalhava na FUMEC ( acho que há uns 7 anos, sei lá ), lembro-me claramente de como gostei dela de graça e a achava inteligente. Aos poucos fomos nos tornando amigas e, quanto mais a conhecia, mais gostava dela e crescia a minha admiração.

Vivemos muitas coisas juntas, o trabalho às vezes nos presenteia com pessoas que irão nos acompanhar pelo resto da vida. Costumo dizer que além da saudade que a FUMEC me deixou e da falta que sinto do convívio diário com as pessoas de lá, ela me deixou uma amizade sincera, forte e sem tamanho, que qualquer distância e tempo do mundo não abala. Sei que a Juliana sabe disso e também sente assim.

Juliana Coelho, com esse nome de jornalista famosa- o que não é à toa, é uma menina de sorriso fácil, sua alegria contagia; generosa, inteligente, doce, amiga, apaixonada por tudo que faz, menina de personalidade forte, ideologias grandes e ideias borbulhantes. Foi convivendo com uma pessoa assim que muito de mim voltou a ser como era antes. Juliana me incentivou a não desistir de tentar vestibular, acreditou em mim com tanta verdade, que eu mesma passei a acreditar de novo. E foi por causa dessa sementinha que eu acreditei, tentei, passei ( e inúmeros milagres aconteceram nesse meio tempo ) e hoje sou tão orgulhosa de ser uma “letrada”. Não bastasse só isso tudo, foi ela que me apresentou um escritor que se tornaria o meu favorito, aquele que mudaria meu gosto pela leitura e transformaria minha forma alienada de pensar e ver o mundo: Dostoiévski.

Sinto saudade de nossas conversas intermináveis, dos pensamentos insanos que de tão absurdos, acabavam nos fazendo quase morrer de rir. Acho que quando encontramos uma irmã de alma é assim: não importa onde estejamos, sempre a trazemos no coração e pensamento; às vezes acontece alguma coisa ou vejo algo ( uma notícia, um livro, uma música )e eu logo me lembro da minha amiga querida, nessas horas sua presença quase fica tão forte quanto se ela estivesse mesmo ali, o que não deixa de ser verdade: ela está tão mais aqui do que muitos que me rodeiam!

Julieta, sei que sabe o quanto é importante para mim, mas acho que é bom repetir o quanto admiro você, torço pelo seu sucesso e felicidade sempre! Parece meio clichê, mas estarei aí em coração, tomando aquela cerveja gelada em comemoração ao seu aniversário!Depois tiramos o atraso sem moderação!!rsrs

Feliz aniversário, adiantado!!!!

Com carinho,

terça-feira, 3 de novembro de 2009

29 motivos para sorrir

Lá vai a minha, com 29 motivos para sorrir:


1. Ler alguma coisa realmente boa, boa mesmo

2. Fico feliz quando noto que as pessoas ficam felizes ao me verem chegar

3. Sinto uma alegria sem explicação, do nada, quando vejo meu marido brincando feliz com o Deco, nosso cachorro

4. Ter em casa, dois pés de amora, um de caju, um de limão, um de acerola, um de coco e um de figo

5. Ver minha irmã, meu pai ou minha mãe rindo, se divertindo, me dá assim uma felicidade besta

6. Passar horas debatendo com meu marido se a nossa casa vai ser verde, azul ou branca, se vai ter madeira, vidro ou pedra

7. Acordar domingo pensando que é segunda

8. Escutar ao longe um “procê”

9. Ficar assim, horas naquela conversinha boba de beira de fogão, sem eira nem beira

10. Sol no rosto, chuva no rosto, pé no chão

11. Café com queijo, sinal que papai veio visitar

12. Ficar naquele quebra-cabeça gostoso com as palavras e no fim do texto pensar “nossa, era exatamente isso que eu queria dizer”

13. Dirigir cantando alto, bem alto

14. Inventar dancinhas

15. Receber um e-mail, um telefonema ou uma carta (aaah! Uma carta) de alguém que eu não esperava

16. Ouvir histórias, principalmente, se elas forem boas

17. Encontro de luluzinhas

18. Escutar inesperadamente aquela música, sabe aquela, aquela?

19. Caminhar na lagoa da Pampulha com minha irmã

20. Ver fotos antigas

21. A comidinha da mamãe

22. Escutar assim ó: “Senhores passageiros: dentro de alguns minutos aterrissaremos em Belo Horizonte”

23. Doce, qualquer doce

24. Ficar na cama até mais tarde

25. Papo-cabeça sem compromisso

26. Fazer cócegas na minha irmã

27. Planejar viagens

28. Andar de bicicleta, sem compromisso também

29. Saudar as amigas com um sonoro "Bom diiiiiiiiiiiiiiiiia flor do dia!!!"