segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Eu e minha magrela

A bike é meu meio de transporte oficial do trabalho para casa. É uma opção saudável, sustentável e, principalmente, econômica, o que contribui para eu estar sempre bem vestida e com o cabelo hidratado. Tenho uma relação carinhosa com elas como já disse aqui. Todos os dias, vou pra casa pedalando feliz, faceira e sem pressa. Cantamos juntas, rimos das coisas engraçadas que encontramos pelo caminho, trepidamos sobre as mesmas ruas esburacadas.

Do trabalho até minha casa deve dar uns três quilômetros, a maior parte de retas, bem diferente de Minas. Outro dia, estava eu bem peralta quase chegando em casa, quando um erro de cálculo me fez amargar um tombaçasso.

Na penúltima curva antes de casa, dei de cara com um grupinho de vacas (sim, vacas!), que provavelmente voltavam de um passeio, com seu guia bem atrás de moto (agora eles andam de moto e não mais de cavalo, como num quadro que tem lá na casa da minha tia). Logo depois da curva, tem um morrinho mínimo. Um mineiro diria mesmo que insignificante. Tentei frear, já que, não sei quem tem preferência, segundo as leis de trânsito, as vacas ou eu. Decidi não arriscar. Não esperava que a minha bike pudesse derrapar, mas ela derrapou e eu voei.

Vê só como a gente se engana nessa vida. Meu erro foi frear só com o freio dianteiro. Deveria ter usados os dois ao mesmo tempo, foi o que eu descobri depois (vai ser útil agora). Num piscar de olhos, a minha magrela, pobrezinha, tão indefesa e vulnerável voou pra um lado e eu pro outro. Fez um barulhinho assim “plaft”, quando eu me choquei com uma coisa dura, que graças a Deus não era uma vaca. Era um barranco.

Se alguém viu, além do guia das vacas, não vi. Ele seguiu, elas pararam por um minuto, sensíveis, e depois correram, coitadas. Vacas têm coração, cês tão pensando o quê. Nossa, há quanto tempo eu não tomava um tombaço desses cinematográficos. O último que lembro, eu devia ter uns 12 anos, e me deixou uma cicatriz enorme no braço direito, perto do cotovelo. E ali sem ter ninguém por perto que pudesse me acudir (tá bom, exagerei!).

Mas, depois que limpei a poeira da roupa e, o mais rápido que pude, subi na bike e desapareci, deu uma sensação boa, como quem acabasse de fazer uma travessura. Saímos assim, morrendo de rir as duas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Confrarias de Mulheres cervejeiras!



Hoje, passeando por um blog do qual gosto muito, Casos e Coisas da Bonfa, descobri que existe uma Confraria de mulheres que fabricam sua própria cerveja e têm um conhecimento enormeeeeee sobre tudo relacionado ao imenso prazer, do qual compartilho, de degustar cervas! O nome desse grupo de 6 mulheres é FemaAle Carioca, o link do blog delas está aqui, vale a pena entrar e saber mais sobre essa empreitada. E não é que pelo blog das FemAle fiquei sabendo que as pioneiras nessa arte são nada mais, nada menos que mineiras??!! Eu, uma belorizontina nata, adoradora do movimento de levantamento de copos, não tinha conhecimento de que existia uma Confraria Feminina de Cerveja aqui em BH, e que é a primeira nessa categoria no Brasil! O blog da Confece também é muito legal, sem contar que é ótimo mergulhar no conhecimento delas sobre os estudos e degustações dos mais variados tipos de cerveja. Fiquei superorgulhosa dessas mineiras pioneiras e talentosas e, no final das contas, além de ficar doida de vontade de experimentar várias cervejas, me deu também uma pontinha de anseio de aprender a fabricar essas delícias!

Afinal, como disse uma das integrantes da FemAle: “ninguém faz amigos tomando leite”. Concordo!



Bora tomar uma geladinha?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Tripla jornada

Já repararam como as pessoas acreditam que repetir por aí que levam uma vida difícil, sempre ocupada, emana respeito? Sofrer de estresse com o trabalho faz com que elas se sintam mais importantes, dignas mesmo da admiração dos outros.

Parece que todos estão condicionados a encontrar uma razão que justifique toda e qualquer ação. Fazer algo por simples prazer é quase um crime, uma insanidade. Se caminham, é para suar e fortificar os músculos, pra perder calorias. O happy hour é pra fazer networking. Sinal vermelho, pra escutar audiobooks. Final de semana, pra colocar o trabalho em dia.

O trabalho não é um valor absoluto. Muito menos em excesso. Ficar repetindo isso então, a torto e a direito, queném uma nossa senhora desesperada, só faz o sujeito parecer inseguro.

Quer saber?! Tripla jornada, pra mim, é coisa do Bernard do vôlei. Cês pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Eu me permito não fazer nada, de vez em quando, desculpa aí! Dar uma volta a pé para refrescar a cabeça. Ficar deitada olhando pro teto, pensando no que poderia fazer para otimizar a total liberdade de não fazer nada, é um direito que eu me dou, mesmo que isso possa parecer uma heresia. E digo mais: adoro um sinal vermelho! Vou até diminuindo a velocidade quando percebo que ele está amarelando. E não é pra prestar mais atenção no audiobook, mas pra ter um tempinho ali parada, só pra mim, sem fazer nadica de nada.

Adoro teorias conspiratórias e se quisesse defender a hipótese aqui diria que, a necessidade de impor o trabalho duro como um valor absoluto reflete outros interesses. Se o cara trabalha até 14 horas por dia e ainda fica feliz com o “sucesso” que está fazendo, mais feliz fica o dono da empresa. Mas não vou entrar aqui no mérito da questão.

O ritual diário de sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada e passar o dia ereta na frente do computador, pode fazer parte da minha realização. Mas, se eu quisesse e meu dinheiro desse, eu ficaria em casa, lendo dezenas de livros com as pernocas pro ar e me realizaria plenamente com isso. Ócio não é sinônimo de tédio, não senhor.

Olha lá hein, não tô aqui fazendo apologia a vagabundagem. Não vá pegar meu texto e sair correndo por aí, pra justificar sua falta ao trabalho. Claro, que não tem nada de errado em alguém se realizar por meio do trabalho. Eu até gosto. Quero dizer apenas, que não é só através do trabalho que o homem pode se realizar e que é muito chato esse nhenhenhém de “ó vida, ó azar, quanto trabalho! Não tenho tempo pra nada nessa vida! Olha como eu sou ocupado e estressadinho...” Ninguém te admira por isso, só acham você um mala! Ah, e na maioria das vezes, sabem que você tá exagerando um tiquim, ó, falei!

domingo, 8 de agosto de 2010

Eu odeio Gisele

Eu odeio a Gisele Bündchen! Não. Pera aí. Não odeio a pessoa Gisele. Não posso falar isso de uma uma pessoa que não conheço pessoalmente. Eu a acho linda, diferente. A estrela dela brilha mais que o Sol, né?
Isso é para poucos. Bem sucedida, milionária, casada com um gato, mãe de um filho fofíssimo e referência no mundo da moda. Além disso, é capaz de entrar num jeans 38 dois meses após o nascimento do filho.

O que eu odeio é o padrão "Gisele". Reparou que as roupas têm diminuido de tamanho? É fato! Tempo atrás eu achei uma calça velha no meu armário da casa do meu pai. A long time ago eu vestia 38, gente!!!!! Juro! Então, eu trouxe esse jeans para BH e comparei com as calças de mesmo número da minha prima (ela é deve ser parente da Gisele!) e percebi que a medida dass calças e o formato eram bem diferentes. A 38 de hoje é beeeeem mais justa, bem menor.

As lojas resolveram entrar na onda. Tamanho G é "G" de Gisele. O padrão de beleza mudou. Todo mundo tem que vestir calça 38, camisa P (pra não falar no tal tamanho único), ter peitão siliconado para eles ficarem inchados, subindo a camiseta para mostrar a barriguinha sarada e, se bobear, aparecer aquele piercing horroroso no biguiú.

Não concordo. Brasileiras são mulheres reais. E a realidade aceita peito normal, quadril largo ou sem quadril, pernas grossas ou de sabiá, dobra na barriguinha quando se senta, celulite e estria.
Não existe nada mais feminino do que uma celulite, gente!

Mulheres reais são aquelas que tem desejo de comer massa, tomar um sorvete de creme com calda de chocolate, bater um copão de refrigerante SEM CULPA!
Alguém pode me dizer se algum dia teve desejo de comer um prato de alface? Ou uma salada de rúcula, tomate e chicória? Você reune seus amigos para comer uma alfafa? Uma cenoura assada na brasa?

Espero que as lojas e as indústrias têxteis confeccionem roupas de padrões democráticos, remarquem as numerações de acordo com a cintura e o quadril das mulheres possíveis.
E torço para que essa moda não se estenda aos acessórios e sapatos. Se chegar, vou cruzar os dedos para a Gisele Bündchen calçar 38.