quarta-feira, 24 de março de 2010

Sobre espiritualidade

Já faz algum tempo que tenho me preocupado mais com a minha espiritualidade, sei lá, sinto falta de algo que me faça entender melhor as inquietudes sem fim que rondam minha alma. Hoje, chegando ao trabalho, uma colega me perguntou: “você é religiosa?”, respondi o de sempre: “acredito em Deus e me identifico bastante com o Espiritismo...”- ela queria que eu direcionasse orações à esposa de um colega nosso, que acabou de dar à luz uma menininha linda e encontra-se no CTI, por conta de problemas respiratórios – Eu respondi que “ia direcionar minhas energias positivas, sim!”. Essa conversa me fez voltar a pensar em resolver minha espiritualidade...certamente tenho muita afinidade com a doutrina espírita e acredito não ter mais por falta de me aprofundar e frequentar as reuniões. Sei que minha avó materna era espírita, devido a isso tenho lá em casa alguns livros que foram dela e que “herdei” da minha mãe, aliás além dos livros, herdei da mamãe a simpatia pelo espiritismo, sentimento que me acompanha desde sempre. Já li alguns deles, mas nunca senti-me como uma espírita completa, parece que falta algo...

Respeito as opções das pessoas em seguirem suas religiões, mas o exagero me incomoda, pessoas beatas demais ou aqueles “crentes do rabo quente”. Aliás, tenho pavor da religião católica e da lavagem cerebral que a igreja evangélica faz em seus discípulos, não sei como as pessoas podem se aproveitar da fraqueza das outras e tirarem vantagens altamente psicológicas e, pior, financeiras delas. Conheço pessoas que deixam faltar em casa para doar o tal do “dízimo” e, enquanto isso, os pastores estão por aí circulando em carros importados e comprando mansões mundo afora. Quanto ao catolicismo, o que me incomoda, além das monstruosidades e roubos cometidos ao longo da história, é a coisa dos dogmas, de não evoluir com a humanidade, de não perceber que seus fiéis precisam de uma verdade mais flexível e real.

Durante alguns anos após a morte da minha mãe, briguei com Deus, queria culpar alguém pela morte dela, e a minha imaturidade achou mais fácil transferir a minha raiva para ele. Achava bonito dizer às pessoas que não acreditava que pudesse existir um Deus que tirasse a vida de uma mulher tão boa e deixasse por aí vivendo tanta gente ruim. Claro, isso passou com o tempo e eu fiz “as pazes” com Deus, confesso que senti um certo alívio quando isso aconteceu. Com a morte dela ainda recente, lembro-me de tentar um “contato imediato” em algumas sessões espíritas, íamos eu e Karine, numa busca de respostas e de alívio à dor da perda de nossas mães ( acreditávamos que receberíamos um carta psicografada, ou algo assim ), claro que nem chegamos perto disso, mas, pelo menos, ainda tínhamos ( e temos ) uma a outra. A vivência da perda fica mais fácil quando temos alguém que nos importa e que está passando pela mesma coisa.

Semana passada soube do lançamento de um filme sobre a história de Chico Xavier, já sabia que já estava sendo filmado, mas não tinha ideia da estreia. Vi algumas entrevistas com o ator Nelson Xavier ( o qual tenho muita admiração pelo trabalho ) e me emocionei pela maneira com a qual ele descreveu o trabalho e a honra de viver Chico nos cinemas, além da forte emoção que o tomou desde que ele conheceu a vida do grande médium. A estreia nacional será em 2 de abril ( veja o site oficial do filme aqui), data em que ele completaria 100 anos, e eu estou verdadeiramente ansiosa por assistir. O filme é baseado no livro do jornalista Marcel Souto: “As vidas de Chico Xavier”, e ele ficou muito satisfeito com o resultado.




Apesar de ainda ficar meio perdida nas minhas crenças, espero me esforçar mais pela busca da minha espiritualidade e aliar isso ao que realmente acredito que seja um diferencial na formação de um mundo melhor: a família. Essa sim, sem demagogia, é capaz de fazer seres humanos melhores, que façam algo pelo próximo e cultivem a tolerância e o amor.

4 comentários:

  1. Chico Xavier pra mim é uma grande enigma porque não me parece um charlatão. Me deixa ainda um restinho de esperança no sobrenatural.

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  2. Acredito muito nas obras de Chico e do espiritismo.
    Adorei o texto parabéns!

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  3. Obrigada, Daliene, fico feliz que você tenha gostado dos meus pensamentos meio sem rumo, escrevo para ver se eu mesma me compreendo...rsrs. Pois é, Julieta, o Chico é um enigma sim, mas acredito de coração, que seja um enigma do bem. Bjsss para as duas.

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  4. Visitei seus blogs, são muito interessantes, com assuntos diversificados e tratados com seriedade e responsabilidade. Parabéns!

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