terça-feira, 18 de maio de 2010

Presente de aniversário

Bom...passada a tempestade que fez parte do meu inferno astral, respiro aliviada. Como disse a minha tia “essa era de Aquário não está sendo fácil”. Bem antes do meu sempre presente período nostálgico e melancólico pré-aniversário, veio a história da Bárbara, por quem tenho um amor de mãe, pois vi nascer, vi o primeiro sorriso, a primeira febre, os primeiros passos... Bárbara hoje está com 18 anos, o que significa que quando ela nasceu eu tinha 14 e a mãe dela ( minha prima ) 15. Dá para imaginar a revolução que foi isso em nossa família? E no hipócrita colégio de freira em que estudávamos? Minha prima Carolina é a mulher mais corajosa que conheço, enfrentou o mundo aos 15 anos por sua Bárbara. Não é a toa que deu esse nome à sua menininha: um nome forte, de guerreira. E, nestes últimos dias, essa menininha mostrou a força bárbara que traz em suas veias, e fez uma verdadeira guerra para continuar viva. Explico melhor: há cerca de 20 dias, minha prima levou sua filha ao Hospital Biocor com forte dor de cabeça e vômito, eles a internaram e fizeram vários exames para tentar descobrir a causa dos sintomas. Sugeriram dengue, virose, rota-vírus, e, mesmo contra as justificativas de minha prima, sugeriram até que ela levasse sua filha para se recuperar em casa. Porém, Bárbara não melhorava, os sintomas pioravam, a febre não cedia, apareceu uma taquicardia... resolveram levar o quadro da menina a sério e fizeram ultrassons: descobriram que ela estava com uma alteração estranha no fígado. Não era de se assustar? Mais piora, e aí 2 dias depois resolveram fazer um exame muito “sofisticado”, que acredito qualquer leigo no assunto já teria feito: um exame de urina – bingo!- a menina estava com uma infecção urinária. Como não foi detectada no prazo certo, essa infecção bacteriana tomou uma dimensão enorme. E então resolveram fazer um teste de sangue chamado PCR, o qual detecta uma proteína responsável por infecções e que, o máximo permitido para um ser humano tolerá-la seria 6, o teste de Bárbara acusou 360!! Correria: levaram a menina para o CTI com os 2 pulmões infiltrados e a bactéria espalhando-se pelo seu organismo por meio dos rins. O estado dela era gravíssimo, finalmente o Biocor colocou à disposição dela médicos competentes, entre eles o dr. Ivan, um médico excepcional que acompanhou Bárbara até que ela se recuperasse. Foram 4 dias no CTI e mais 9 (contando com a entrada dela no hospital) internada para que ela recebesse alta. No meio disso tudo, o sistema de saúde brasileiro mostrou sua falência, mesmo com plano de saúde particular, não havia apartamento disponível e minha prima teve que rodar a baiana para que depois do CTI ela fosse para um quarto, queriam deixar ela lá por mais tempo sem necessidade. Já não havia sido traumático demais? Nós, familiares, perdemos o sono, a tranqüilidade e só respiramos aliviados no dia em que ela recebeu alta. Minha prima quase surtou de tanto desespero. Eu, de longe, não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. Bárbara é nossa 3ª geração, sempre foi para mim, símbolo do sonho de ser mãe e meu primeiro amor. Tenho por ela um amor sem tamanho, sempre brincava dizendo a ela que “odiava ser apenas sua prima de 2º grau”. Ela sabe que para mim ela é muito mais que isso. Hoje, fica o susto e a dor do que passamos, mas fica também o orgulho por uma menina que lutou contra uma poderosa bactéria, que pouco antes havia matado uma jovem nesse mesmo hospital. Tenho que corrigir o que disse antes: a mãe dela não é a mulher mais corajosa que conheço, ela e sua filha são as mulheres mais corajosas que conheço.

E, assim, o meu maior presente de aniversário foi vê-la sentada e sorrindo, brindando os meus 32 anos!

Até a próxima!

4 comentários:

  1. Anoca, que aventura!
    Desejo tudo de bom para você e a Barbara! Deus abençoe.

    Beijos!

    ResponderExcluir
  2. Brigada, Iza, querida! Bárbara já está a 1.000 por hora, graças a Deus!! E, vc, espero que tb esteja nessa velocidade, depressinha, sem dengue,rsrs. Bjs

    ResponderExcluir
  3. Todo esse turbilhão na vida da gente deve ter algum significado, né Anoca? A gente sempre espera que ele passe e termine tudo bem! Que bom que a Barbara está ótima agora. O aniversário passou e eu não lembrei Ana! Tanta coisa acontecendo... Mas você aceita toda a felicidade que eu te desejo um bocadinho atrasada, né? Beijos

    ResponderExcluir
  4. Claro, Julieta!! Desejo o mesmo sempre para vc! Bjs

    ResponderExcluir