quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Não cola...

A curiosidade é uma característica humana e informação demais faz parte do nosso cotidiano. Vivemos cheios de perguntas. Principalmente sobre o mundo, sobre o outro, mais do que sobre nós mesmos. Pensar muito cansa. Informação demais, também. Por isso, alguns adotam na vida a postura do “copia e cola”.

Tem gente se especializando em repetir o que os outros dizem. Ideias, teorias, projetos. Sem dar crédito, claro. Isso também cansa. E pode até induzir ao sucesso, mas dura pouco. Quem vive de lugar-comum não contextualiza, não tem argumento, portanto, não se constitui no seu todo.

Não percebe que, o que de fato conta, o que é essencial, é a totalidade das coisas, não uma frase ou um discurso recortado aqui ou ali, numa busca aflita por reconhecimento. Quem repete ideias sem contexto, não se aventura. Anda errante e feliz, olhando para o sol para não ver. Feliz com a cegueira.

Dissimulados são vítimas do seu próprio disfarce. O exaustivo empenho dos que querem parecer cultos é sempre uma tortura para eles e quem os ouve. A necessidade de parecer instruído afugenta a instrução. Quem vive à cata, à espreita das palavras dos outros se presta ao ridículo, porque hora ou outra, a falta do todo grita.

É assim: as pessoas repetem o que acham inteligente, porque precisam de atenção. Acontece que quanto menos honesto é o discurso - no sentido de ser singular mesmo, de ser seu - mais os corpos vão se afastando uns dos outros. É instintivo, o corpo vai recuando. E surge uma indisposição, não é? Uma espécie de irritação surda, que vai crescendo e fica difícil prestar atenção em alguma coisa...

2 comentários:

  1. Fantástico!
    Ficou claro o que é inspiração e cópia. E hoje está tão fácil, né? Ctrl T, Ctrl C e Ctrl V.

    Um desabafo chique, insano e estiloso. Jujuba!

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  2. A coisa mais comum de se ver hoje em dia são discursos vazios de pessoas vazias. Pessoas querendo mostrar o que não são. É tão mais bonito o outro como ele é, a essência verdadeira é tão mais apaixonante...assim como as ideias, os pensamentos...Bjkas, Julieta linda!

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