segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Bença, mãe!


Eu saí de Minas há mais de dois anos, vim andando, andando e ainda não cheguei. Olho pra trás e Minas tá ali mesmo, na primeira curva do caminho. Neste tempo que estou fora de Belo Horizonte, não passo um dia sem ler o-maior-jornal-dos-mineiros não só para matar a saudade, mas para que eu tenha ainda mais motivos para falar de lá. Que é bom a gente garrar a conversar de vezinquando.

Outro dia um rapazinho, desses que se acham entendidos de todos os assuntos, me veio com uma conversa boba. “Você sabia que o Mineirinho tá sendo reformado?”, eu disse “Hum?”, que se traduz em: “E daí? Por que este sujeito está vindo com este papo?”. Insistiu, como se eu não soubesse o que era o Mineirinho: “É, aquela quadra de vôlei, sabe, o Mineirinho?”. Hum!? Quadra de vôlei?! Fiquei tão brava! Senti como se tivessem xingado a minha mãe. “Quadra de vôlei meu filho, tá doido?! O segundo maior ginásio poliesportivo do Brasil!” (Quantas exclamações!).

Posso até pecar pelo excesso, ao achar que o rapazinho é obrigado a conhecer o Complexo Esportivo da Pampulha, mas chamar o Mineirinho de quadra de vôlei é demais! Porque é assim mesmo, como se falassem mal da minha mãe.

É claro que isto é implicância minha com o menino. Um amigo dele voltou a pouco de uma viagem a Belo Horizonte, trazendo esta informação (sei lá porque) e ele quis puxar assunto, ser simpático e, de quebra, mostra-se "entendido", tadim. Mas, sinceramente, é um horror ver um monte de gente falando como quem grunhe não sabendo exatamente o que está dizendo. As pessoas repetem o que ouvem, colocam no contexto a seu alcance, e mandam ver. Cada dia que passa, os assuntos vão ficando mais sem sentido.

Eu tenho mesmo a maior implicância com gente "autorizada" que não sabe, exatamente, o que está falando. “Sei que você está querendo me agradar, cara, você com este abraço apertado, esse tapa nas minhas costas, esse sorriso espalhafatoso e esse papo cabeça. Mas, aqui pra nós, fica caladinho”.

Bem, não era nada disto que eu ia falar. Ia falar da mãe aí do título. É o seguinte: eu queria mesmo era ter escrito o que o Betinho já escreveu: “Minas na verdade hoje é mil amigos que não vejo e minha mãe. Bença, mãe!” A só que conversa boba, sem pé, nem cabeça!

4 comentários:

  1. ô minina! A genti num repara iss não. Bão mess é ocê aparecê cheia de saudade dessa terra bunita, sô!
    Sempre batendo um dedim de prosa aqui...
    Minas tá com saudade docê! Vem tomar um cafezim cum pão di queijjj.
    Inté mais vê!

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  2. Quando a gente começa chamar rapazinhos de meu filho a coisa ta feia hahaha
    O que o rapazinho respondeu?? :D

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  3. Eta, Julieta, belzonte também morre de saudade de sua ilustre filha. E saiba que o contrário também acontece, hoje que você colocou Ji-Paraná no meu mapa, ela não é só o coração de Rondônia; é o meu também. Bjsssss.

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  4. Beuzonteee tah eh com saudadeeee grandonass docê!!

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